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sábado, 8 de maio de 2010

Outra vez, poesia...

Engraçado como todo encontro com meu amigo Nill acaba gerando poesia. Poetinha das Flores, espero que goste do que nosso diálogo inspirou. Grande beijo caro amigo.




"Diálogo poético:



- Faz tempo que não conversamos poetinha, tudo bem ai?


- Verdade. Comigo está tudo ótimo e contigo, minha doce poetiza, tudo bem contigo?

- Ah, ando sofrendo do coração... fase boa para escrever poesia, dizem que os versos escorrem para o papel no auge do sentimento ou da contrariedade.





Sorrimos...






- Também creio nisso poetiza... Preciso experimentar novas tentativas... No sucesso ou no fracasso, formamos versos. Preciso de alimento para minha poetica e minha alma..


- É por ai meu caro, por ai... A cada tentativa o coração muda de forma, a media que vamos colando os pedaços que sobram... Somos sempre novo Vangog.


- Sim, a cada nova tentativa descubro que uma parte de mim quer viver sozinho... E essa parte sou quase eu inteiro...

- Entendo, deve ser por isso que essa nossa parte, livre, se perde do restante que ainda sobra, caído ao chão junto com as ilusões que se quebraram. Recolhemos os restos e a parte que quer viver sozinha, cria asas e voa, vira verso. Quando voamos, no auge da felicidade, os versos nos mantém, de alguma forma, com os pés no chão, deixando nosso coração voar e a nossa cabeça nas nuvens.


- Minha doce poetiza... preciso ir, esta frio aqui. Eu volto, gosto de falar contigo...


- Mas já, nem fizemos poesia... Que seu coração esteja aquecido doce poetinha.


- Pena que, nem sempre, nos encontramos...


- Verdade... Tudo a seu tempo...


- Que o seu coraçãozinho sensibilizado também esteja aquecido poetiza, precisamos dele assim... quentinho... e, por vezes, quietinho... Um beijo doce para você, linda poetiza...


- Você tem toda razão, embora a razão por vezes não alivie o sentimento... Os versos o contém.
Um beijo poetinha.


- Até mais poetiza. Até outro novo encontro...

- Até... outra poesia."


(Andréa Wollmann - 08/05/2010).





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terça-feira, 4 de maio de 2010

A construção do amor.


Quando olhamos ao longe as formações rochosas que formam a apaisagem junto ao mar, num casamento harmonioso, pensamos em um dueto perfeito, onde o mar bravio nos encanta e o rochedo nos remete a idéia de segurança. Um grande rochedo, imponente, forte, impressiona por sua solidez não é?

Porém a nobre rocha não apareceu simplesmente na natureza, é o resultado de anos e anos de acúmulos, de pedaços e pedaços de pequenas conchinhas do mar. Conchinha à conchinha, pacientemente a mãe natureza foi moldando a paisagem. Conchinha à conchinha pequenina, alguns mariscos e as ondas, num valsar formaram a grande e imponente montanha. O rochedo forte que vemos é formado por mil nadas de uma fragilidade imensa, mas que acumulados, formaram a sólida estrutura...

O amor pode ser comparado ao rochedo. Amores fortes, imponentes, sólidos também nascem de pequenas conchinhas... de mil nadas...

Pequenas atenções, gestos, carícias, sussurros vão se somando enquanto os dias vão passando. O bater de um coração que acelera sem entermos por que, que queima no peito com uma lembrança. A luz dos olhos do outro refletida em nós. O tom da voz em FM, garantindo a suavidade da melodia. A sensibilidade da pele...as carícias, a ternura, a atenção... dia à dia, cada uma dessas conchinhas vai formando um rochedo de segurança, solidificando o amor, sem que possamos notar.

Todos queremos um amor sólido, seguro, mas não percebemos que ele é resultado do tempo e do trabalho, da união destas conchinhas... Como as conchas servem de base a rochedo, também os dias perfeitos que vão passando e se somando, são a base do sólido amor. O trabalho árduo superando as dificuldades vai sedimentando esse pequenos pedaços de vida, no amparo e no cuidado, no carinho e na compreensão dos amantes. Os desentendimentos e a falta de sensibilidade vão formando pequenas rachaduras que podem se limitar aos detalhes da rocha, ou levá-la à ruína. Principalmente se multiplicadas por nossa isegurança, por nossa falta de fé, por nossa grosseria, pela impaciência e pela cólera. As palavras amargas são ácido que corróem a montanha do amor. O egoísmo e a falta de humildade também.

Dia à dia, de concha em concha vamos construído ou destruíndo, solidificando ou enfraquecendo a estrutura do sentimento que buscamos.
Construir ou não, eis a questão? O que estamos acumulando, o que buscamos? O que queremos?

O que quero hoje é começar a juntar as minhas conchinhas...  dia à dia feliz... construindo o futuro. Um dia, o que parece um sonho de amor hoje, será uma linda paisagem real. Veremos uma rocha beirando o mar, firme e sólida, onde poderemos repousar com segurança os alicerces de uma construção que nem o tempo, nem as tempestades poderão derrubar.



(Andréa Wollmann - abril/2010)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Inacreditável como os versos podem chorar...

Desapontamento.



"Eu pensei que era verdade

Que era você


Que era sua alma que eu via nos olhos que eu fitei.

Que a doçura dos teus beijos

Seriam a doçura dos meus dias

E que a melodia da tua voz


Embalaria meus sonhos de felicidade


Que nossos corpos se completaram


Se uniram em sintonia


E nossas almas se acalentaram como a muito eu procurava.


Eu não acreditei que era verdade


Que era você...


Que vi sua alma nos olhos que fitei em lágrimas


Que tua voz suave e macia desaparecia


Nos gritos que eu ouvia


Ao longe...


Que a doçura de teus lábios


Pudessem guardar tanto veneno amargo


Tanto fel nas palavras que verteram da tua boca


Eu não acreditei no que ouvi


Eu não quis acreditar que era você

Tão distante, tão frio, tão cruel

Não você

Não você...


Não eram meus sonhos pisados no chão


Não eram

Alguma loucura se fazia presente...


Não eram minhas as lágrimas, não, não eram...


Não era você, não era eu... Não era para ser

Não eramos nós."

(Andréa Wollmann - 29/04/2010)








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Mais de minhas divagações e devaneios... deixa o coração sangrar em versos...

Opostos/(in)dispostos.


“Porque tão rápido?


Porque tudo que nos expõe, também pode nos ferir?


Porque me agarro a ilusões, se teus olhos me revelaram algo que não existiu? Se tua boca não sussurra uma canção de amor?


Um momento mágico vale mil palavras azedas? Mil nadas que se revestiram em alfinetadas na alma que estava ali, deitada, indefesa em suas mãos?

Ah, coração vagabundo que não quer mais bater...


Insiste em sangrar amores perdidos...


Porque se entrega sem temer a quem não saberá te cuidar?


Ah, olhar distante perdido em sonhos...


Acaso esses olhos gostam de permanecer marejados?


Porque deixamos o inverno gelar nossa face?


Porque não sabemos sorrir por mais tempo, mais tempo, mais tempo...


Acaso as lágrimas fazem mais bela face que o sorriso do sonho???


Porque o sonho passa tão rápido? Por que temos que acordar, por quê???


Como as folhas de outono caem, nossos sonhos vão ao chão...


Porque não somos primavera de desejo


Porque não permanecemos no calor do verão???


Outono se fez inverno... Por quê?

Porque junto, por que separados? Por que entre pausas e vírgulas se perdem os sonhos...

Porque tantos opostos se distraem? Porque não estamos dispostos para nos atrairmos???


Para que distrair os opostos se não estamos dispostos a atraí-los?


Porque trair palavras doces?

Mil palavras azedas valem um momento mágico?

Palavras valem mil momentos?

Mil palavras, um momento mágico...

Palavras mágicas de um momento...

Palavras azedas...

Nem um mágico momento... Tormento!

Um momento...

Que malvada a má temática que fizemos da vida?!”

(Andréa Wollmann 29/04/2010).



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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Para quem reclamou da ausência da poesia



"Tanto a dizer
Tanto a expor
Tudo a propor
Tantos verbos ainda não conjugados
Palavras que não foram escritas...
E as idéias
Frente ao branco papel
Dão "branco"...
Um ponto,
E vejo o universo
Sinto o verso
Latente
Pulsando
Infiel,
Escorrer por entre os dedos.
Nenhum rabisco,
E o papel
Em branco
Demonstra
O quanto
É difícil
Expor o que se sente
E a mente
Estéril
Dá "branco"
Pois não sabe
fazer caber
No papel branco
O universo de pensamentos
coloridos
Eivados de sentimentos
Que não consegue
Descrever."

(Andréa Wollmann - julho/2009)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Por que temos medo da felicidade?


Passamos a vida em busca de algo que já existe, está em nós, em tudo que nos cerca e mesmo assim, nos sentimos frustrados por nunca encontrarmos a plena felicidade. Basta observarmos o mundo e veremos que cada um a sua forma busca encontrar este tesouro perpétuo. Um cálice sagrado de onde só transbordará leite e mel, tesouros e alegrias. Certa vez, alguém no meu passado distante me alertou: não existe felicidade, existem momentos felizes... Quis crucificá-lo! Como ousara descrer do objeto de minha busca mais sagrada? Por que as pessoas têm medo da felicidade?
Hoje, trocamos de valores como trocamos de roupa, com a mesma facilidade com que mudamos o canal de TV. Felicidade pode ter inúmeros significados, é como uma camisa de Lycra que veste a todos, mas a cada um de uma forma especial. Para alguns ela é amor, para outros paixão, outros ainda, sexo sem compromisso (que eles denominam liberdade...), alguns a atribuem à família, ao êxito no trabalho, à saúde, à fartura... Os avarentos atribuem felicidade ao acúmulo material. Os carentes, a imensa lista de amigos no celular. E vamos cada um de nós buscando concretizar a dita cuja: Felicidade.
Porém, incontável é o número de pessoas infelizes, frustradas na busca incessante deste objetivo comum. Engraçado como um objetivo comum não consegue ser perseguido senão de forma individual. Queremos algo que deve ser compartilhado, mas de maneira diversa, voluntariosa, queremos a nós, unicamente, o gozo deste prazer. E se a felicidade é algo difícil se buscada de forma solitária, que dirá se a colocarmos nos ombros de outra pessoa, que voluntariosa como nós poderá partir a qualquer minuto levando consigo nossa felicidade. Será por isso que não nos entregamos ao outro nesta busca? Será por isso que resistimos ao amor, a paixão, ao carinho, à cumplicidade?
Quantos homens e mulheres encontramos (e encontraremos) na vida que se queixaram da solidão da procura, mas que, no primeiro contato com a possibilidade de momentos felizes, fogem do outro qual coelhos assustados. Quantos famintos pela vida, sem vida, jazem depressivos, sem notar que estão vivos?! Quantos românticos há que só sabem falar sobre a arte de amar, mas são incapazes de fundir-se ao outro, de entregar-se ao desvario de seus sonhos mais secretos. Pobres loucos que fogem assustados da felicidade com tanta violência quanto a buscam. Fogem do outro com tanta pressa quanto o encontram. É que para muitos, a felicidade não está em encontrar o sagrado Graal, em possuí-lo, detê-lo, mas sim na constante aventura de buscá-lo, na incessante procura que não lhes dá paz de espírito.
Desacostumado da paz, o homem busca a guerra. Sem coragem para o amor, busca o ressentimento. Desorientado na paixão, busca a frieza de relações tão passageiras quanto uma noite de verão. Infeliz em não saber o que busca, foge como criança assustada quando encontra. Para que serviria o gral quando o encontrássemos? Como nos sentiríamos frustrados em saber que a Felicidade era algo tão simples, que sempre esteve ali, do nosso lado, em nós e por nós?
Não, melhor que a conjugação eterna de momentos felizes é a frustrada busca da felicidade eterna. E seguimos nessa procura, qual cegos, desorientados por nossa bússola de medos num mar de sonhos, deixando para trás terras paradisíacas, ilhas mágicas, momentos eternos, pessoas inesquecíveis, um mar de gente que abandonamos e magoamos pelo caminho em nossa busca sagrada. Pessoas que ousaram tentar frear nossa busca e nos fazer feliz (a isso muitas vezes reagimos como se estas quisessem nos aprisionar). No dia que descortinarmos o desconhecido, descobriremos enfim, que a felicidade está em nós, está ao nosso alcance, ao nosso redor e no outro. Talvez ao final da busca, olhemos para nosso lado e encontremos o Graal, ai entenderemos que a felicidade deriva do verbo amar e que não se pode ser feliz sem amar a si e sem amar ao outro. Como no Pequeno Príncipe, aprenderemos com a raposa que "somente com o coração podemos ver com clareza... o essencial é invisível para os olhos".
(Andréa Wollmann)