sábado, 27 de junho de 2009

Uma poesia sobre a Justiça



Ju$ti$$a!


(Andréa Wollmann, abril/2006)


Que tormento é ser a vítima...
Que tormento é ser o autor...
Nos corredores da Justiça!
Que é cega...
Somos impotentes ante a decisão
De um outro cidadão...
Com todo o poder de decisão.
Qual é a sensação de ter o destino do semelhante nas mãos?
Que martírio deve ser perguntar-se: Fiz Justiça?
E nos bastidores do processo
Que é uma peça de tormento
Onde monólogos de acusação e defesa se engalfinham
Não há vencedores...
Decide-se sobre as vidas humanas
Que são meras peças do jogo do Poder...
Partes e advogados, juízes e promotores, funcionários e oficiais..
Personagens a serviço da Justiça...
Mas que justiça?
O que é Justiça?
O que é legalidade?
O que é verdade?
Provas e verdades...
Falsas verdades...
Alegações...
Vícios, preguiça....
Descaso...
Descomprometimento...
Tormento...
Humanidade...
Ou seria desumano todo esse sofrimento?
Ah! A tortura do processo...
Onde o homem traz para si
A responsabilidade pela decisão de destinos...
Martírio... dor... sofrimento, esperança...
E uma esperada Sentença
Impondo a decisão
Numa solenidade, insolene
Onde se brinca de fazer Justiça!
E as vidas? Ah... as vidas...
Ficam suspensas a espera da decisão
Dias, meses, anos... horas
De desesperança, desespero e confusão...
Enquanto aguardam do Deus homem... cidadão
Limitado aos autos,
Cego a vida...
Com a balança vergada
Pelas experiências que teve,
Pelos valores que recebeu...
E com a espada em suas mãos...
Decide.
Bravos!!!! Menos um processo!!!
Ah... egoísmo atroz...
Ausência de empatia...
Ele tem de ser Neutro!
Clama a Ju$Ti$$a ... cega...
Outras vozes dizem:
Deve ser Imparcial!
Mas como decidir com imparcialidade?
Como fazer Justiça de verdade?
Num mundo tão desigual...
Como proteger os mais fracos?
Como equiparar os desiguais... na imparcialidade?
Mas clamam os tambores do poder:
Calma meu caro! Temos de manter a Razão acima da emoção!!!!
E o injustiçado, clama: JUSTIÇA!!!!!
Que Justiça?
O que é a Justiça?
Que tormento ser vítima...
Que tormento ser autor...
Que tormento ser réu...
Que tormento ser juiz...
Que tormento estar...
Indefeso....
Nos corredores da Ju$ti$$a!!!!!!!

4 comentários:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Mais um brinde à poesia... ou, como diria Kahli, que teria sido do primeiro guerreiro que largando o arco ao chão passou a apreciar o pôr-do-sol, tentando achar palavras para explicar o que sentia para seus irmãos-de-armas senão - ele mesmo ali - o primeiro poeta?!

SUPREMO TRIBUNAL

Quem és tu???
Quem és tu que chegas manso
E logo nos engendra ranço?
Tu que por vezes trazes
A paz acolhedora do ninho
Em outras tantas pareces
O algoz dragão-moinho
Tu sempre nos guia e direciona
Mas há dias em que nossa paz também tenciona
De há muito que te persigo
És como a luz que ao horizonte fito
Também és, para mim, sinal de perigo
Vendo-te, assim, de ti corro aflito
E sequer posso afastar-te com meu grito
Por vezes és juiz
E lança-me à face tudo o que fiz
Em outras, sendo algoz
Fere-me com seu grito feroz
Também és manso regaço
Quando coisas Certas faço
Certas coisas Certas
Que se me nego,
Abrem-me os olhos de cego
E ferem-me como setas
Bem agudas decerto
Para que longe eu fique do deserto
Supremo Tribunal da Consciência
Que nos ensina a Lei da Boa-Vivência
Oh, Supremo Tribunal
Cuja Justiça Absoluta é o fanal
Guia-me com teu canto
Para que eu não caia em pranto
Num triste canto
Ao final

Francisco de Sousa Vieira Filho

rosaura disse...

sua poesia se compara oa que sinto no meu trabalho.
dentro do hospital ,esperamos pelas decisões deos medicos.
nas mãos desles as vidas são entregues com a esperança na melhora.
diante de certas situações é necessario opitar por qual vida sera salva em primeiro lugar...

A. M. W. disse...

que posso dizer? que amei os comentários. que o blog de francisco é explêndido?
Que acredito que há semrpe uma saída que passa pelas sensibilidade.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Vez em quando encontramos na net esses oásis mútuos que somos, presumidas ilhas isoladas e sofridas, de uma solidão de achar-se só, de não ver que há a ponte que nos liga, que conecta aqueles que sonham numa mesma direção... ;)