domingo, 28 de junho de 2009

Em homenagem a Clarice.... prefiro ser boba!

Atendendo ao caso desse texto, podemos lembrar de dois princípios do Código de Defesa do Consumidor, rs.
Destaco a questão da boa fé!
O vício oculto está presente nos espertos? Ou poderíamos dizer que o coração dos espertos não tem boa fé.
a boa fé objetiva guarda o coração dos bobos.
Não confundir bobo com burro é fundamental.



Creio que Osasco também facilita o nascimento de bobos, como Fernando Anitelli e os membros do Teatro Mágico.

Fecho a madrugada com esta poesia do Teatro Mágico para nossa reflexão:



Insetos interiores
(Teatro Mágico - Fernando Anitelli)

Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega se de “mais tralos’.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, “infértebrados”.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se


A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

Educação como alternativa?

Seria um começo?


Mas que educação?

sábado, 27 de junho de 2009

Justiça no Brasil

Seguindo a linha de Foucault... é bom ver para refletir:

aprendi, rs

Um vídeo fantástico sobre Michel Foucault



Ainda aprendo a colocar o vídeo direto no meu blog, por hora, fica o endereço que é muito útil.

Uma poesia sobre a Justiça



Ju$ti$$a!


(Andréa Wollmann, abril/2006)


Que tormento é ser a vítima...
Que tormento é ser o autor...
Nos corredores da Justiça!
Que é cega...
Somos impotentes ante a decisão
De um outro cidadão...
Com todo o poder de decisão.
Qual é a sensação de ter o destino do semelhante nas mãos?
Que martírio deve ser perguntar-se: Fiz Justiça?
E nos bastidores do processo
Que é uma peça de tormento
Onde monólogos de acusação e defesa se engalfinham
Não há vencedores...
Decide-se sobre as vidas humanas
Que são meras peças do jogo do Poder...
Partes e advogados, juízes e promotores, funcionários e oficiais..
Personagens a serviço da Justiça...
Mas que justiça?
O que é Justiça?
O que é legalidade?
O que é verdade?
Provas e verdades...
Falsas verdades...
Alegações...
Vícios, preguiça....
Descaso...
Descomprometimento...
Tormento...
Humanidade...
Ou seria desumano todo esse sofrimento?
Ah! A tortura do processo...
Onde o homem traz para si
A responsabilidade pela decisão de destinos...
Martírio... dor... sofrimento, esperança...
E uma esperada Sentença
Impondo a decisão
Numa solenidade, insolene
Onde se brinca de fazer Justiça!
E as vidas? Ah... as vidas...
Ficam suspensas a espera da decisão
Dias, meses, anos... horas
De desesperança, desespero e confusão...
Enquanto aguardam do Deus homem... cidadão
Limitado aos autos,
Cego a vida...
Com a balança vergada
Pelas experiências que teve,
Pelos valores que recebeu...
E com a espada em suas mãos...
Decide.
Bravos!!!! Menos um processo!!!
Ah... egoísmo atroz...
Ausência de empatia...
Ele tem de ser Neutro!
Clama a Ju$Ti$$a ... cega...
Outras vozes dizem:
Deve ser Imparcial!
Mas como decidir com imparcialidade?
Como fazer Justiça de verdade?
Num mundo tão desigual...
Como proteger os mais fracos?
Como equiparar os desiguais... na imparcialidade?
Mas clamam os tambores do poder:
Calma meu caro! Temos de manter a Razão acima da emoção!!!!
E o injustiçado, clama: JUSTIÇA!!!!!
Que Justiça?
O que é a Justiça?
Que tormento ser vítima...
Que tormento ser autor...
Que tormento ser réu...
Que tormento ser juiz...
Que tormento estar...
Indefeso....
Nos corredores da Ju$ti$$a!!!!!!!